Para aproveitar ao máximo a degustação do seu Vinho Verde, deixe que os seus sentidos o levem numa incrível e deliciosa viagem. Para um primeiro olhar, aprecie a cor e a aparência do Vinho Verde que escolheu para provar.
De seguida, cheire e inale seu potencial aromático.
Por fim, o seu paladar vai detetar múltiplas sensações de sabor e textura que dão reputação a esta maravilhosa região.
Provar Vinhos Verdes apela aos cinco sentidos e pode transmitir emoções inesperadas: a nostalgia de uma fragrância de infância, um encontro inusitado, um momento de convívio, etc.
Os Vinhos Verdes são degustados, em primeiro lugar, com os olhos. A sua aparência fornece informações preciosas sobre a sua idade, a sua estrutura e muitas vezes, as castas utilizadas. Cor, intensidade, brilho, nitidez, efervescência. Todas estas informações ajudam-nos a perceber melhor que tipo de Vinho Verde estamos a provar.
Para distinguir mais facilmente as características e nuances do seu Vinho Verde, comece por colocar o copo sobre uma superfície branca.
Cores e Nuances
Se começar a explorar Vinhos Verdes brancos jovens, ou seja de uma colheita do ano ou do ano anterior, descobrirá Vinhos Verdes com cores amarelo citrino ou ainda "palha-aberto" (níveis de cor 1, 2 e 3 da Imagem em baixo).
Tons dourados começam a aparecer com a evolução natural do Vinho Verde. Tornam-se mais intensos e carregados com o envelhecimento. Um Vinho Verde com alto potencial de guarda, com 10 anos de idade pode apresentar cores âmbar.
No caso dos Vinhos Verdes Tintos, a casta predominante na região como o Vinhão, apresenta um pigmento bastante vermelho-escuro bastante intenso e concentrado - desde o vermelho ruby, ao vermelho granada, ao vermelho retinto.
No caso dos Rosés, podemos ir desde o rosa-claro, rosado carregado ao rosado ruby.
Aroma
O nariz é capaz de detetar com precisão uma infinidade de odores e é uma ajuda inestimável na degustação de vinhos. Graças à sua extraordinária diversidade aromática, os Vinhos Verdes convidam-no a mergulhar no coração dos seus aromas mais delicados.
Leve um copo de Vinho Verde ao nariz, e estará a entrar num pomar extraordinário de mil e um odores.
Aproveite o tempo para sentir as emoções que o vinho desperta em si. Deixe que a sua imaginação o leve a passear numa floresta, comer frutos tropicais, cheirar um bouquet de flores...
A intensidade, o ano de colheita, o tipo de envelhecimento e as castas utilizadas são peças do puzzle que pode montar, graças ao seu olfato.
A melhor maneira de cheirar um vinho é cheirar com uma série de inalações curtas.
Tente captar os odores emblemáticos dos Vinhos Verdes: fruta tropical (ananás, manga, maracujá) frutos maduros (laranja, limão, pêssego) frutos secos (amêndoa e noz) flores (violetas, flor de laranjeira) no caso dos Vinhos Verdes brancos; frutos silvestres (amora, morango e framboesa) no caso dos vinhos tintos e rosados.
A delicadeza dos aromas dos Vinhos Verdes abre-se durante a degustação em várias etapas.
O "primeiro nariz" consiste em cheirar o vinho diretamente, sem girá-lo no copo. É quando os aromas e fragâncias mais delicadas podem ser detetados.
O vinho parece agradável, intenso, rico?
A delicadeza de aromas dos Vinhos Verdes enriquecem a sua jornada olfativa.
Em seguida, gire o vinho suavemente em volta do copo para abri-lo.
Cheire e aprecie os aromas ("segundo nariz"). No caso de Vinhos Verdes complexos e/ou envelhecidos, o arejamento e o aquecimento intensificam gradualmente os aromas e expandem a paleta aromática.
Sabor
Uma verdadeira sensação de prazer, o sentido do paladar é a etapa final da sua prova. As sensações sentidas na língua, no palato e no interior das bochechas revelam a delicadeza e a riqueza de um vinho. Aprenda a distinguir as várias fases na boca e a reconhecer os sabores ricos e delicados dos Vinhos Verdes.
O paladar e o olfato estão intrinsecamente ligados e permitem explorar os aromas de um vinho, tanto pelos seus sabores como pela sensação na boca.
Coloque uma pequena quantidade de vinho na boca. Enrole-o ao redor da boca para lavá-lo sobre o palato, enquanto suga um pouco de ar (sorver) - oxigena o vinho na boca. Isso requer um pouco de prática, mas ajuda a liberar certos aromas que até então estavam camuflados (aromas não voláteis). Estes subirão até o nariz na parte de trás do palato. Esse processo tem o nome de olfato retronasal.
Continue a sua exploração sensorial com a ajuda da língua. As suas papilas gustativas permitem detetar sabores básicos: doce, azedo e amargo. Notas de mel ou baunilha encontradas em alguns Vinhos Verdes Brancos (envelhecidos e/ou com estágio em barrica), podem ser detetados pela ponta da língua.
Os lados da bocheca reconhecem os sabores mais ácidos, que proporcionam a "crocância" e a frescura, que é muito típica nos vinhos da região dos Vinhos Verdes.
Além dos aromas e sabores, a sua boca também permite que tenha uma sensação da textura do vinho, como a untuosidade. A adstringência é aquela sensação de aspereza no palato, nas gengivas e nas bochechas. É produzido pelos taninos e é encontrado principalmente em vinhos tintos.
Na boca também pode encontrar "calor", que está ligado ao grau de álcool.
A primeira impressão de um vinho dá um vislumbre sobre as suas qualidades e sua palete aromática. É neste ponto que se pode dizer se um vinho é agradável (suave), se carece de estrutura (sem vida) ou se é assertivo (vivo).
O final do vinho permite apreciar o vinho como um todo. É longo, agradável, aromático ou adstringente?
Depois de ingerido, o vinho ainda estará presente no seu paladar por alguns segundos? A isso chamamos de persistência de um vinho ou o comprimento de um vinho, que pode ser curto ou longo.